O Melasma é uma doença crônica que não tem cura, mas tem tratamento e controle. Saiba mais sobre as causas, os sintomas e os tratamentos.
O que é Melasma?
O Melasma é uma doença que se caracteriza pela presença de manchas em tons de marrom principalmente no rosto. As regiões mais afetadas são as bochechas, a testa e o buço.
O problema geralmente aparece em mulheres entre os 20 e os 50 anos de idade. É possível que homens tenham Melasma, porém a incidência é consideravelmente menor no sexo masculino.
Considera-se que o melasma está relacionado principalmente a exposição solar, a fatores hormonais (o uso de pílulas anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal e gravidez) e genéticos. Geralmente, as mulheres com melasma têm um histórico de exposição solar de diversas formas, relacionadas à praia, piscina ou atividades ao ar livre, como também através de períodos curtos de exposição diária, como passeios e saídas em ambiente externo. O calor também pode estar associado ao aparecimento do melasma.
O melasma não tem cura, mas tem tratamento e controle. Deve-se usar filtro solar diariamente e evitar a exposição ao sol tanto quanto possível. O sol e o calor pioram o aspecto do melasma. Outros tratamentos podem ser associados, vamos falar sobre eles logo abaixo:
Quais são as causas do Melasma?
A causa exata do melasma permanece desconhecida. Os especialistas acreditam que os manchas escuras podem ser desencadeadas por vários fatores, incluindo gravidez, pílulas anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal (TRH e progesterona), histórico familiar da doença, raça, medicação anticonvulsivante e outros medicamentos que tornam a pele mais propensa à pigmentação após exposição à luz ultravioleta (UV). A frequente exposição à luz solar é considerada a principal causa do melasma, especialmente em indivíduos com predisposição genética para esta condição. A luz visível também pode causar Melasmas. Estudos clínicos mostraram que indivíduos geralmente desenvolvem melasma nos meses de verão, quando o sol é mais intenso. No inverno, a hiperpigmentação no melasma tende a ser menos visível ou mais leve.
De forma geral, o sol, o calor, os fatores hormonais, o estresse, algumas medicações e traumas ou agressões à pele, são possíveis causadores de malasma.
Antes, o único causador do problema que tinha sido identificado era o melanócito (célula produtora de melanina), e agora descobriu-se que outras células cutâneas estão relacionadas ao problema, como o queratinócito, o fibroblasto e o mastócito.
A cera utilizada em depilação pode causar inflamação da pele e piorar o melasma, por isso é importante evitar a depilação nas regiões afetadas pelo melasma. O Dermatologista vai indicar o método de depilação mais indicado para estas regiões.
O melasma pode desaparecer espontaneamente sem tratamento. Outras vezes, pode desaparecer com uso de protetor solar e evasão solar. Para algumas pessoas, a descoloração com melasma pode desaparecer após a gravidez ou se as pílulas anticoncepcionais e a terapia hormonal são descontinuadas.
Outra descoberta recente é a relação entre os vasos sanguíneos e o aparecimento do melasma.
Aspectos psicológicos relacionados ao Melasma
Um fator muito importante e que pode não receber a devida atenção são os aspectos psicológicos, com repercussões emocionais e sociais substanciais na vida de quem tem melasma. Para muitos pacientes, o melasma é muito mais do que apenas problema de pele.
O impacto emocional do melasma precisa ser compreendido a partir de várias perspectivas.
O Brasil é um país em que há sol e calor na maior parte do ano, e como esses aspectos pioram o melasma, o paciente sente-se muito limitado em relação aos locais que pode ir, e muitas vezes, sentindo-se seguro apenas dentro de casa.
Ir à praia, à piscina, ao parque, ou qualquer outro tipo de passeio ou atividade física feita ao ar livre, em meses em que há sol e calor, passa a não ser mais uma opção, comprometendo o contato social e familiar. Com o tempo, essas limitações podem levar a um quadro depressivo.
Pesquisas demonstram que pessoas com melasma têm uma imagem negativa a respeito de sua aparência, e muitos se sentem envergonhados com esta condição. Outros disseram que evitavam pessoas e situações sociais. Todos disseram que a vida seria muito melhor sem o melasma.
Os tratamentos e os produtos geralmente são caros e além disso, nem todos os procedimentos surtem efeitos, o que pode levar o paciente a desistir de manter a rotina de cuidados, contribuindo para a piora da doença e do estado emocional.
Como o Melasma é diagnosticado?
Os Dermatologistas são os médicos especialistas em distúrbios da pele e diagnosticam o melasma examinando a pele do paciente.
O melasma misto é o tipo mais comum, o que significa que as manchas estão presentes na derme e na epiderme. Algumas vezes, uma biópsia de pele pode ser necessária para ajudar a excluir outras causas da hiperpigmentação da pele.
Quais são os tipos de Melasma?
- Melasma epidérmico: acontece quando as manchas estão localizadas em sua maioria na epiderme (camada mais superficial da pele).
- Melasma dérmico: neste tipo as manchas estão localizadas na Derme (camada mais profunda da pele), ao redor dos vasos superficiais e profundos.
- Melasma Misto: as manchas estão localizadas tanto na epiderme, quanto na derme. Podendo haver maior concentração na epiderme ou na derme.
Quanto à localização ele pode se apresentar, mas comumente da seguinte forma:
- Melasma de padrão facial.
- Melasma Malar: nas maçãs do rosto.
- Melasma centrofacial: é a forma mais comum e ocorre na testa, bochechas, acima do lábio superior, nariz e queixo.
- Melasma mandibular: ocorre especificamente no maxilar.
A incidência do melasma é menor no pescoço e em outras regiões do corpo, mas pode acontecer. Um estudo confirmou a ocorrência de melasma nos antebraços das pessoas que receberam progesterona.
Saiba mais sobre o Melasma acessando: https://samanthakelmann.com.br/melasma/
Melasma na Gravidez
O Melasma também pode aparecer durante a gestação, chamado de cloasma gravídico. O aumento nas taxas hormonais é a principal causa. Os hormônios femininos têm ação direta na pigmentação da pele, principalmente o estrogênio e a progesterona, além disso, desconfia-se que o hormônio Melanotrófico, que age na liberação da melanina, também seja o responsável pelo aparecimento das manchas. O melasma pode desaparecer depois da gestação, cerca de 3 a 4 meses após o nascimento do bebê, período que a ação dos hormônios diminui gradativamente, porém, em algumas mulheres o problema continua.
É no segundo trimestre da gestação que a maioria das manchas aparece, algumas são temporárias e outras podem permanecer após a gestação.
Melasma na Menopausa
Em alguns casos, o melasma pode diminuir após a menopausa, porém, estudos têm demonstrado que mulheres após a menopausa e que fizeram terapia de reposição hormonal com progesterona são mais propensas a desenvolver melasma. As mulheres que fizeram terapia de reposição hormonal após a menopausa apenas com estrogênio parecem menos propensas a desenvolver o melasma.
O Melasma pode ser prevenido?
Na maioria dos casos, a prevenção é difícil. Indivíduos que tenham histórico familiar de melasma devem tomar precauções extras para evitar melasma. A maneira mais importante para evitar o aparecimento de melasma e envelhecimento prematuro é evitar o sol. É importante utilizar chapéus, bonés, óculos de sol e protetor solar.
Prognóstico do Melasma
O melasma é uma doença crônica e que pode ter períodos de melhora e piora. Assim como as manchas do melasma aparecem gradativamente, o clareamento também pode ser um processo lento e gradativo.
O tratamento inclui a mudança de hábitos do paciente, é importante que haja conscientização sobre a necessidade de não se expor ao sol e evitar o calor. O uso de filtro solar na quantidade certa, com reaplicação de duas em duas horas e o empenho nos tratamentos prescritos pelo Dermatologista, são essenciais para o controle da doença.
O Dermatologista vai levar em consideração o tipo de pele do paciente, o tipo de mancha, e todos os outros fatores que podem contribuir para a piora do melasma ao prescrever a medicação adequada. Não existe um tratamento que funcione para todos, cada paciente tem o tratamento de forma personalizada.
Quais filtros solares são recomendados para o Melasma?
Um fator de proteção solar diário (SPF) de pelo menos 50 que contém bloqueadores físicos, como o óxido de zinco e dióxido de titânio, é recomendado para bloquear os raios UV, mas é importante ter um protetor solar que também cobre a proteção UVA. Os bloqueadores químicos podem não bloquear completamente os dois tipos de UV-A e UV-B tão eficazmente quanto o zinco ou o titânio. O uso regular da proteção solar aumenta a eficácia dos tratamentos de melasma.
Saiba a diferença entre o filtro solar físico e o químico:
O filtro mais conhecido é o químico, composto por moléculas que absorvem a radiação ultravioleta, transformando-a em radiação de baixa energia e criando uma barreira de proteção química na pele, que reage com a radiação solar e impede sua penetração na pele.
O protetor solar físico, ou inorgânico, não é absorvido pela pele, os raios batem e são refletidos pelo filtro. Por não penetrar na pele, é muito utilizado por crianças, grávidas e pessoas com alergias na pele.
A vitamina C pura, formulada em alta concentração e com PH ácido, utilizada antes do filtro solar neutraliza a ação dos radicais livres induzidos pela radiação infravermelha, que corresponde a 54% da radiação, evitando que células saudáveis sejam danificadas. Os raios infravermelhos estão presentes no sol, na luz visível, na tela do celular e do computador e em lâmpadas, ou seja, mesmo dentro de casa é necessário se proteger.
Quais os tratamentos para o Melasma?
O tratamento é sempre feito de forma global envolvendo tratamentos feitos em consultório, cuidados em casa e conscientização e orientação ao paciente.
O filtro solar deve ter proteção UVA e UVB, PPD mínimo de 10, associando-se filtros físicos e químicos e FPS sempre maior que 50. Além disso, o protetor solar deve ter cor de base para que os pigmentos também funcionem como protetores da luz visível, emitida por computadores, telefones celulares e lâmpadas. Então, mesmo dentro de casa é necessário usar os protetores.
Os tratamentos via oral complementam a rotina de cuidados juntamente com os cremes clareadores de uso tópico.
Os clareadores mais utilizados são o ácido tranexâmico e o polipodium leucotomos.
Estudos mais recentes indicam também a necessidade de se tratar os vasos sanguíneos que estão aumentados nas manchas de melasma.
A pele de quem tem melasma precisa estar sempre muito bem hidratada (por dentro e por fora) e também receber ativos com ações calmantes e anti-inflamatórias.
Embora o tratamento do melasma seja um desafio, é possível ver resultados positivos, principalmente em pacientes que se conscientizam sobre a necessidade de mudança de muitos hábitos. Alimentação saudável, hidratação por dentro e por fora, mudança de hábitos, suplementação via oral e os cuidados com o protetor solar, o acompanhamento do Dermatologista e o uso correto do que é prescrito, promovem melhoras globais, e embora levem tempo e necessitem de esforço, as melhoras são permanentes e mais baratas do que muitos tratamentos que atingem apenas a camada superficial da pele.
Ácidos:
Hidroquinona: reduz a ação da tirosinase, que está ligada à produção de melanina. É eficaz em alguns casos, mas há possibilidade de efeito rebote, com a piora das manchas existentes e aparecimento de manchas brancas na região afetada pelo melasma.
Outros tipos de ácidos: os ácidos mais conhecidos para tratamento do melasma são o ácido kójico, o ácido azelaico, o ácido lático, o ácido retinóco, o arbutim e o ácido glicólico. Todos eles são mais fracos que a hidroquinona, porém, não apresentam tantos efeitos colaterais.
Tratamento via oral:
Geralmente são indicados como reforço no tratamento, isso significa que sozinhos não promovem a melhora do melasma. Os compostos mais utilizados são os antioxidantes Revesterol, Pollypodium Leucotomos, Licopeno, Pycnogenol e o ácido Tranexâmico. O ácido tranexâmico via oral deve ser indicado com muito cuidado, pois aumenta os riscos de Trombose Venosa.
Peeling Químico:
É um tratamento feito em consultório que consiste na aplicação de ácidos mais potentes. O peeling químico estimula a renovação celular e clareia as manchas, mas não é indicado para todos os tipos de melasma.
Microagulhamento:
Também feito em consultório, o microagulhamento age destruindo o pigmento, mas também não é indicado para todos os tipos de melasma.
Laser
É uma das opções para tratamento do melasma, mas precisa ser adequadamente indicado pelo Dermatologista, pois nem todos os pacientes se beneficiam deste tipo de tratamento. Em alguns casos, o tratamento com laser apresenta apenas efeitos temporários, por isso, nem sempre é a primeira escolha do Dermatologista, além disso, ainda há a possibilidade de piora em alguns tipos de melasma.
Os tipos de laser mais utilizados são:
- Luz Intensa Pulsada (IPL / LIP): É mais indicada para tratar outros tipos de manchas. Quem tem melasma pode sofrer efeito rebote e consequente piora do quadro.
- Laser de CO2 Fracionado: É um tipo de laser mais agressivo e que produz mais calor e embora seja recomendado para tratamento do melasma, em alguns casos o tratamento pode piorar o aspecto das manchas. Os benefícios deste laser são sentidos em outros tipos de manchas e cicatrizes.
- Laser Nd-YAG QS: É o tipo de laser mais indicado para o melasma atualmente. Não produz calor e não causa o efeito rebote, mas necessita de cuidados após o procedimento e precisa ser indicado pelo Dermatologista.
- Observação: Ainda não existe nenhum tratamento definitivo para o melasma, por isso o acompanhamento que é feito posteriormente com o seu Dermatologista é muito importante.
Efeito rebote
O melasma é um tratamento para vida toda em muitos casos, e depende da conscientização do paciente sobre a necessidade de manter os tratamentos e os cuidados prescritos pelo Dermatologista, bem como as avaliações periódicas.
Os resultados podem demorar a aparecer, mas é necessário calma e persistência. O fato de o melasma não piorar, já é considerado um aspecto positivo no tratamento.
O que não pode ser feito de forma alguma é a tentativa de uso de medicamentos ou cremes que não foram prescritos pelo Dermatologista, com o risco de piora do quadro, tornando o tratamento mais difícil ainda. Converse com seu Dermatologista, fale sobre os produtos ou tratamentos, e não faça testes com sua pele. A pele de quem tem melasma é altamente reativa!
Produtos ou tratamentos que irritam a pele podem causar um aumento na produção de melanina e piorar o aspecto do melasma.
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Referências:
http://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/melasma/13/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3944591/pdf/21_15.pdf
https://www.aad.org/public/diseases/color-problems/melasma
https://www.health.harvard.edu/skin-and-hair/melasma-chloasma-